A Globo descobriu Chapecó


Bastou o presidente Jair Messias Bolsonaro anunciar que faria uma visita à promissora cidade polo regional do Oeste de Santa Catarina, por hora capitaneada por João Rodrigues, e a poderosa Rede Globo de Televisão deu os ares da graça.

Os seus jornalistas, a meu ver apedeutas, disseram que em Chapecó está em colapso na saúde e com mais mortos pela doença do que a média nacional. Que o município suspendeu as atividades não essenciais por 14 dias no fim de fevereiro e que alguns serviços, como restaurantes e mercados, que puderam ficar abertos tiveram mudanças no horário de funcionamento e redução da capacidade de clientes. Que também houve restrição à circulação de pessoas à noite na cidade. Além disso, igrejas, parques e praças foram fechados e a prefeitura disse que ampliou o número de testes de diagnóstico da Covid. Alguma novidade nisso?

Esqueceram de dizer que enquanto a oposição ao governo e seus lacaios alardeavam o “Fique em casa”, os trabalhadores de Chapecó e municípios adjacentes trabalharam dia e noite para alimentar os brasileiros e o mundo.

A bem da verdade, a região mais castigada com o avanço explosivo do Covid-19, o Oeste de Santa Catarina começa a superar o trágico cenário de contaminados e de vítimas, com esperanças renovadas de controle da situação e o fim do noticiário fúnebre.

Chapecó, o polo central que recebe toda a demanda da maior região agropecuária do Estado, dá exemplos extraordinários a Santa Catarina e ao Brasil de um gigantesco esforço de solidariedade.

A união da comunidade, com uma singular convergência entre a prefeitura, o setor privado, as instituições de saúde, as entidades da sociedade civil, está permitindo a reversão gradativa de um cenário caótico, realmente catastrófico.

O Centro de Eventos Plinio de Nes foi transformado em hospital de emergência. Ali, já estão internados 50 pacientes com coronavírus. E mais 15, que estavam na UPA, serão acolhidos ainda nesta semana.

Outros 20 Leitos de UTI começam a funcionar também a partir de hoje, com equipamentos já instalados e recrutamento de 40 novos servidores qualificados, alguns até de Brasília e São Paulo. O Hospital Regional de Chapecó terá mais 26 leitos de UTI, aliviando a fortíssima pressão dos últimos dias.

Por isso, a região colonizada pelo Marechal Bormann com índios, brancos e negros, tem pleno emprego, importa mão-de-obra. Só não trabalha quem não quer. É terra boa! Plantando dá e não plantando, dão.

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