Planejamento é fundamental para internacionalizar negócios


Debater a temática de internacionalização em todas as regiões de Santa Catarina ao mesmo tempo em que proporciona encontros para esclarecer dúvidas dos empresários, mostrar possibilidades para os mais diversos segmentos econômicos e promover networking. Esses são alguns dos benefícios proporcionados pelo Roadshow, que oportuniza a estruturação dos pequenos negócios para que conquistem possibilidades reais de crescimento no mercado nacional e internacional. Nesta semana ocorreu edição em São Miguel do Oeste, no extremo oeste catarinense. A iniciativa foi da Gerência de Internacionalização do Sebrae/SC, em parceria com a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), e faz parte da 3ª edição do Programa Go To Market, que promove a internacionalização de micro e pequenas empresas catarinenses.

A cada encontro um profissional ou empresário do setor é convidado para compartilhar sua experiência e mostrar que a internacionalização é possível, independentemente do porte da empresa ou do setor em que atua. Nesta semana, diretamente da Holanda com participação on-line, Daniel Pisano contou sobre o processo de internacionalização da Vurdere Social, compartilhou seus conhecimentos e ressaltou a importância do planejamento e do suporte de programas como o Go To Market. Ele é fundador de cinco empresas de tecnologia, entre consultorias de desenvolvimento de software e produtos SAAS no modelo B2B com foco em e-commerce e retailers. Trabalha com startups há mais de 15 anos e atualmente é responsável pela expansão da Vurdere, da 87Labs e da Smart Flight Solutions.

Pisano é engenheiro mecânico formado pela Unicamp e mestre pela Universidade de Bolonha, na Itália. Iniciou, em 2006, sua carreira na área de tecnologia, startups e expansão internacional. “Criei algumas empresas, algumas deram certas e outras nem tanto, mas aprendi muito com isso, principalmente que cada empresa com seu modelo de negócio tem seu momento para se tornar global”, explicou. Em 2019, mudou-se com sua família para Holanda, com a intenção de expandir negócios e carreira na área da tecnologia.

Segundo o empresário, para internacionalizar é necessário ter algumas competências pessoais. Como exemplo citou: proficiência no inglês, mente aberta para entender as diferenças culturais, se sentir à vontade fora da zona de conforto e se relacionar bem para criar a sua rede de suporte. “É preciso ter consciência de que está indo para um país onde tudo será diferente, por isso é necessário estar aberto para se adaptar à nova realidade e, desta maneira, apresentar sua proposta de valor. Se não souber lidar com as diferenças culturais você terá prazo de validade no mercado. E aprender a se relacionar precisamente contribuirá para reduzir tempo e custo, além de auxiliar no aprimoramento do direcionamento do seu produto para o mercado local”, comentou.

Pisano também abordou o que a empresa precisa entender antes de decidir internacionalizar. O primeiro passo, segundo ele, é ter razão e objetivos como acessar novos mercados, acompanhar um cliente e buscar recursos. “O empresário precisa ter em mente que existe investimentos, custos e curva de aprendizado porque cada país tem suas particularidades em questões trabalhistas, impostos e meios de financiamentos. Na Europa isso é bem estruturado até porque eles querem atrair empresas de tecnologia e por isso criaram um ecossistema que busca essa rede de suporte”, expôs. Outra orientação, especificamente para pequenas empresas, é da necessidade de dedicar tempo do sócio. “Esse é um recurso muito caro e escasso, mas é fundamental esse tempo para aprender, organizar e gerenciar esses processos”, argumentou.

“Para a jornada de internacionalização é preciso ter um perfil. Eu não tinha experiência nenhuma, não falava outro idioma, não tinha recursos financeiros e era recém-formado. Mas, dentro do meu círculo de amizade tinha referências direcionadas para esse segmento o que me motivou a fazer o intercâmbio na Itália em 2004, o que me proporcionou ter noção de competência das quais citei anteriormente. Porém, também cometi vários erros, por não ter planejado e por não ter uma reserva de dinheiro. Não levei em consideração vários fatores como a elevação do dólar e do euro, o crescimento do índice desemprego, mas no fim esses desafios auxiliaram em minha formação como empreendedor, de ver que quando estamos no fundo do poço ainda é possível dar certo”, ressaltou. Por fim, os empresários on-line e presentes em São Miguel do Oeste puderam esclarecer suas dúvidas e participaram de networking.

GO TO MARKET 2022

Para o gerente de internacionalização do Sebrae/SC, Filipe Gallotti, o Go To Market busca apresentar oportunidades aos empresários e mostrar a importância da internacionalização. “Queremos fortalecer a corrente internacional, oferecendo oportunidade de importação ou de exportação e desenvolvendo a competitividade dos negócios catarinenses”, salientou. De acordo com o gerente regional do Sebrae/SC no oeste, Udo Martin Trennepohl, o grande diferencial do Go To Market é capacitar o empresário de maneira gradual sobre o mercado internacional. “Muito mais do que isso, o importante é o empresário se preparar com ferramentas de gestão, de mercado, de preparo pessoal, utilizando mecanismos como o Observatório Econômico do Sebrae, Observatório da FIESC e tantas outras plataformas que contribuem para municiar com informações”.

O principal diferencial do Programa Go To Market 2022 são os dois pacotes de soluções, o GTM Free e o GTM Premium. O GTM Free tem como objetivo sensibilizar os empresários para essa visão global e será oferecido o acesso de maneira gratuita aos 19 webinars sobre internacionalização e competitividade. Nesse pacote, o empresário terá também acesso às consultorias, capacitações e Sebraetec, em que 50% do investimento é feito pelo Sebrae/SC. Já ao optar pelo GTM Premium, o empresário receberá o pacote completo, em que estão inclusos os 19 webinars, mas de forma híbrida, em que ele pode optar por estar presencial ou assistir a transmissão on-line, além de acesso a todos os demais serviços do programa, como três avaliações de maturidade, um plano de ação customizado, cursos de línguas, mentoria com a gerência de internacionalização, lives, palestras e workshops com empresários e especialistas do tema, rodada de negócios virtuais, espaços em evento, missões internacionais.

Foto ( Udo Trennepohl)

 

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