Câmara manifesta repúdio contra Partido dos Trabalhadores por fala da presidente sobre protesto

Tiarajú Goldschmidt/Câmara de Vereadores - 04/11/2022 - Política Compartilhe no Whatsapp


Moção de repúdio, que foi assinada por 11 vereadores, cita vídeo em que vereadora Maria Tereza Capra associa “ato legítimo da comunidade miguel-oestina e regional ao movimento nazista”

 

A Câmara de Vereadores aprovou nesta quinta-feira (3), em sessão ordinária, uma moção de repúdio ao Partido dos Trabalhadores de São Miguel do Oeste em face da manifestação da presidente do partido e vereadora Maria Tereza Capra, realizada em 2 de novembro de 2022, “associando ato legítimo da comunidade miguel-oestina e regional ao movimento nazista”.

A moção de repúdio é de autoria de Carlos Agostini (MDB), Elói Bortolotti (PSD), Moacir Fiorini (MDB), Nélvio Paludo (PSD), Paulo Drumm (PSD), Ravier Centenaro (PSD), Vagner Passos (sem partido), Valnir Scharnoski (Nini – PL), Vanirto Conrad (PDT) e Vilmar Bonora (PSD), e foi subscrita também por Gilmar Baldissera (Gica – PP). Eles defenderem a moção perante um plenário lotado. Cris Zanatta e Maria Tereza Capra não participaram da sessão.

Ao justificar a moção, os vereadores citam vídeo de autoria da vereadora e presidente do PT que “teve repercussão nacional, com impactos negativos e devastadores à imagem do município e sua honrada população”. Os autores da moção ainda afirmam que no vídeo “a autora atribui à população miguel-oestina o título de nazistas e berço de células nazistas”, destacando que no vídeo a vereadora se refere ao “ato cívico e pacífico” realizado pela população de São Miguel do Oeste no dia 2 de novembro de 2022, durante o Hino Nacional Brasileiro, “pelo qual a autora distorce a verdade dos fatos em prejuízo e ofensa a nosso município e população”.

Os vereadores proponentes ainda afirmam que as acusações de apologia ao nazismo foram levadas ao conhecimento da autoridade competente, que se manifestou “descartando a veracidade das acusações”. No texto, os autores da moção dizem “repudiar publicamente pelas inverdades contidas em referida manifestação” e dizer que a Câmara “não se coaduna com essa posição”.

Por fim, citam que o povo de São Miguel do Oeste é “agraciado com diversas etnias, raças, religiões e culturas, vindas das mais diversas regiões, e dentre elas estão os imigrantes que aportaram em solo catarinense fugindo dos horrores da guerra, e muitos, inclusive, foram colaboradores e colonizadores desta que é a 8º melhor cidade do Brasil para se viver, índices estes que nada mais são que o reflexo deste povo trabalhador, de paz, solidariedade e valores”.

“Respeitamos a liberdade de expressão, contudo, estamos diante de um bárbaro ataque contra nosso município e população, que teve reflexos negativos de âmbito nacional e internacional, e, portanto, enquanto representantes do nosso povo, não podemos e não vamos nos calar diante de tamanha e injusta agressão que ora repudiamos publicamente com severidade, buscando assim, reestabelecer o bom nome e imagem da população miguel-oestina, enviando a todos a mensagem que em São Miguel do Oeste se cultiva a paz e a harmonia entre os povos”, finalizam os vereadores.

O empresário Itamar Schons fez uso da palavra após a votação da moção. Ele ressaltou que o ato da população em frente ao 14º RCMec, realizado durante o dia 2 de novembro, foi mal interpretado e gerou repercussão nacional. Ele destacou que naquele ato pediu a todos que colocassem a mão no ombro de quem estava à frente para que então todos rezassem um Pai Nosso, e na sequência cantassem o Hino Nacional. Ele

pediu para que as pessoas presentes ao plenário repetissem o ato e conduziu novamente uma oração, que foi acompanhada pelos demais.

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